Durante o mês de março, a Raize junta-se ao movimento global das Empresas B Certificadas para celebrar o Mês B Corp, uma oportunidade para refletir sobre o papel das empresas na sociedade e na economia. Neste contexto, partilhamos uma história de impacto dos investimentos Raize, demonstrando como o nosso compromisso com um modelo de financiamento mais responsável tem contribuído para o crescimento sustentável das empresas em Portugal.
Um dos principais objetivos da Raize é apoiar negócios que geram externalidades positivas para a sociedade, a economia e o ambiente. Entre esses exemplos, destacamos a CPO - Clínica Privada de Oftalmologia, uma empresa que reflete o impacto positivo do financiamento através da nossa plataforma, permitindo a expansão e o fortalecimento de negócios inovadores.
A história da CPO remonta à década de 90, quando o Dr. João Manuel Santos Pinheiro, médico oftalmologista, e a Enfª. Madalena Pinheiro, fundaram a empresa Microcular, pioneira em trazer para Portugal a cirurgia à miopia, conhecida como cirurgia a laser ou LASIK. Em 2007, a equipa fundou a CPO - Clínica Privada de Oftalmologia, adotando um novo modelo de gestão e, hoje, conta uma equipa de 12 Oftalmologistas-Cirurgiões especializados em todas as áreas da Oftalmologia, tanto na vertente médica como cirúrgica.
Para continuar a oferecer tratamentos inovadores e garantir resultados duradouros, a CPO recorreu ao financiamento da Raize para complementar as capacidades de diagnóstico e tratamento da patologia do Olho Seco. Para conhecer melhor a empresa e perceber a importância deste investimento e o impacto do financiamento da Raize conversámos com o atual CEO, João Maria Braziel Pinheiro.
R: Como surgiu a CPO e quais foram os principais desafios no início?
JMP: A génese da CPO começou em 1994, pelas mãos dos meu Pais. Neste ano fundaram a Microcular, que foi, na altura, a primeira clínica de oftalmologia com cirurgia em regime de ambulatório. Na década de 90, assistiu-se a um boom da correção da miopia com recurso à cirurgia à laser e o procedimento tornou-se a base da empresa. O maior desafio nesta época era o ceticismo da comunidade médica, ainda muito assente num modelo de medicina em regime público, o que é hoje o SNS, sobre a decisão dos meus Pais envergarem por um caminho de saúde privada. Com todos os riscos inerentes a montar uma empresa, neste caso um centro cirúrgico com quase 800 m2 e inúmeros colaboradores. Felizmente, foram os empresários certos, na altura certa.
A CPO surgiu de uma ideia dos meus Pais de criar um modelo avançado de prestação de cuidados oftalmológicos de proximidade com o paciente. Aliando uma equipa administrativa formada única e exclusivamente na especialidade de Oftalmologia, que apoiasse a equipa de Oftalmologistas na sua atividade clínica. A falta de informação era uma constante. Em 2007, ano da fundação da CPO, o modelo da clínica surgiu precisamente para colmatar essa falha. Através de uma comunicação clara, concisa e direta, construiu-se uma clínica com uma base de pacientes muito leal, onde famílias inteiras vem para cuidar e corrigir a sua visão. O grande desafio com o início da CPO e algo que perdura até hoje, são os seguros de saúde. Antes da grande crise financeira em 2008/2009 as seguradoras comparticipavam aos pacientes, em grande parte, a cirurgia refrativa e muitos outros atos médicos oftalmológicos. Após a crise assistimos a um corte radical por parte das seguradoras e isso gerou desafios operacionais e financeiros tanto para quem estava neste setor como também para os próprios pacientes que tinham de pagar do seu bolso os procedimentos oftalmológicos que pretendiam fazer.
Em 2025, a CPO é uma empresa de cariz familiar, na qual, trabalham 3 membros da família que gerem, de forma profissionalizada, uma equipa de Oftalmologistas multidisciplinar, técnicos Ortoptistas, administrativas e auxiliares capazes de abordar qualquer caso clínico oftalmológico, de baixa ou alta complexidade.

“A CPO cresceu, entre 2019 e 2024, a um ritmo que nunca tinha conseguido, passando de 11 mil atos médicos anuais para quase 20 mil. Este crescimento assenta, em grande parte, na aposta em recursos humanos altamente qualificados e tecnologia de diagnóstico e cirúrgica.”
R: Ao longo dos anos, como tem evoluído a CPO e quais considera serem as suas maiores conquistas?
JMP: O tecido empresarial português está repleto de PME de cariz familiar, mas com falta de processos, gestão profissional e, acima de tudo, ausência de um plano de sucessão. Por estes motivos, a maioria acaba por encerrar a atividade. No caso da CPO, assumi a direção da empresa em 2021, após a reforma dos meus Pais em 2018. Não foi fácil, e muitos acreditavam que a clínica fecharia. Após inúmeras mudanças e um plano, bem-executado, de profissionalização da empresa, transformámos o que era uma clínica dependente em cerca de 75% de um único Oftalmologista-Cirurgião, o meu Pai, numa clínica de oftalmologia com uma equipa de 12 Oftalmologistas-Cirurgiões com diferentes áreas de atuação dentro da Oftalmologia (Catarata, Miopia, Retina, Glaucoma, Estrabismo, Oftalmologia Pediátrica, Oculoplástica, Neuroftalmologia, Olho Seco e Infeções).
A CPO cresceu, entre 2019 e 2024, a um ritmo que nunca tinha conseguido, passando de 11 mil atos médicos anuais para quase 20 mil. Este crescimento assenta, em grande parte, na aposta em recursos humanos altamente qualificados e tecnologia de diagnóstico e cirúrgicos. Tecnologia essa que permite aos profissionais da CPO diagnosticar e tratar com um elevado grau de confiança os pacientes que nos confiam a sua visão.
R: O que distingue a abordagem cirúrgica da CPO das demais clínicas oftalmológicas? Há alguma tecnologia ou metodologia que considerem exclusiva ou inovadora?
JMP: A CPO, na sua prática clínica, aplica um modelo de medicina personalizada. Este modelo coloca o paciente no centro das decisões clínicas. A equipa consegue seguir desde A-Z a jornada do paciente, nas vertentes administrativa, técnica e médica. O atendimento personalizado torna o contacto com o paciente mais fluído e direto, permitindo uma rápida resolução de problemas assim como uma monitorização assídua do caso clínico.
Na CPO, o paciente não é só uma senha. Na CPO, paciente é o herói da sua história clínica.
Aliada à metodologia descrita contamos com aparelhos cirúrgicos como o laser de femtosegundo, assim como acesso a uma variedade de lentes intraoculares premium que permitem uma total personalização da cirurgia de catarata ou do cristalino claro. Após um processo que envolve diálogos com o cirurgião, técnico ortoptista e a gestora de processo cirúrgico, o paciente tem a liberdade de eleger o seu procedimento cirúrgico em conformidade com os objetivos para sua visão.
Os pacientes, na CPO, sendo elegíveis, podem tornar-se totalmente independentes de óculos e/ou lentes de contacto.
“O processo de financiamento foi bastante simples. Feitas as contas foi um processo de 2 semanas. Para nossa surpresa, no lançamento da operação, foi totalmente subscrita pelos investidores em menos de 24 horas. Algo que foi motivo de orgulho para a CPO.”
R: Como tomaram conhecimento do serviço de financiamento da Raize e o que vos levou a optar por esta solução?
JMP: Conhecemos a Raize na altura da sua oferta pública inicial no mercado de capitais em 2018 e acompanhámos, de perto, o seu desenvolvimento. Compreendemos que se estava a tornar uma alternativa viável ao financiamento bancário tradicional, enquanto dava uma opção aos investidores particulares e empresas de canalizarem as suas poupanças para as PME portuguesas.
Para a CPO, sendo uma empresa de prestação de serviços médicos e com intenção de chegar a mais pessoas, fez-nos todo o sentido divulgar a nossa solidez financeira e intenção de investir em mais tecnologia, assim como atrair novos investidores que possam também ser clientes dos nossos serviços oftalmológicos.
R: Como foi o processo de financiamento na prática? Quais foram os principais desafios que encontraram?
JMP: O processo de financiamento foi bastante simples, iniciado com um formulário no site da RAIZE, seguido de pedidos de informação contabilística da CPO assim como uma descrição sobre a empresa e finalidade para o financiamento. Após envio fomos contactados por um colaborador da RAIZE com algumas questões económico-financeiras e operacionais sobre a CPO que foram devidamente esclarecidas. Posteriormente, recebemos um telefonema com a proposta inicial, que avaliámos e negociámos as condições finais que foram aceites na 3ª interação com a RAIZE. Com a aceitação, recebemos a documentação para assinar, que remetemos de volta para a RAIZE. Após receção, existiu um diálogo para definir a data de lançamento para o mercado do empréstimo e manifestámos a nossa intenção de utilizar os meios de comunicação da RAIZE para falar sobre a operação e sobre os serviços da CPO. Feitas as contas foi um processo de 2 semanas. Para nossa surpresa, no lançamento da operação, foi totalmente subscrita pelos investidores em menos de 24 horas. Algo que foi motivo de orgulho para a CPO.
O processo, apesar de não ter existido nenhum contacto físico, foi mais eficiente que muitas das interações que tivemos com a banca tradicional nos últimos anos.
R: O principal propósito do financiamento era a aquisição de um topógrafo para o diagnóstico da patologia do Olho Seco. Qual é a prevalência desta condição em Portugal e quais os fatores de risco mais comuns?
JMP: Um estudo feito por Oftalmologistas portugueses em 2021 indicou que 1 em cada 3 (c.33%) pacientes em consultas de oftalmologia em Portugal apresentavam sintomas relacionados com o Olho Seco.
Os fatores de risco principais são de natureza ambiental como os ares condicionados, exposição a poluição e, atualmente, o uso prolongado de ecrãs de smartphones e computadores. Existem também outros fatores relevantes tais como a disfunção das glândulas de Meibómio; o uso prolongado de lentes contacto; entre outros.
A importância de aliar um tratamento eficaz com recurso à luz pulsada na CPO, era um diagnóstico com grande precisão e uma forma, científica, de aferir os resultados do tratamento. O que levou a CPO à necessidade de adquirir um equipamento como o topógrafo. O aparelho permite uma avaliação objetiva da estabilidade do filme lacrimal e das irregularidades da superfície ocular, sendo essencial para personalizar o tratamento e melhorar os resultados clínicos.
R: De que forma a CPO tem lidado com este problema? Como é que o novo equipamento contribuirá para um melhor diagnóstico e tratamento?
JMP: A CPO conta com pelo menos 3 Oftalmologistas com vasta experiência no diagnóstico e no tratamento do Olho Seco.
A CPO é, hoje, uma das poucas clínicas em Portugal com uma clara aposta em tecnologias como o laser de luz pulsada e máscara activa, tratamentos rápidos e indolores para tratamento do Olho Seco em pacientes elegíveis.

R: Para finalizar, pode partilhar um caso de sucesso que ilustre o impacto do trabalho da CPO na vida dos pacientes?
JMP: Um dos casos que ilustra bem o impacto do trabalho da CPO na vida dos pacientes é o da nossa paciente Soraia Afonso, em 2021. O testemunho está no nosso Youtube (disponível aqui).
Desde criança, enfrentou dificuldades significativas devido à sua elevada graduação de miopia, o que afetava a sua qualidade de vida em diversos aspetos, como a impossibilidade de aproveitar momentos de lazer com conforto, fosse na praia ou em parques de diversão, sem depender de óculos ou lentes de contacto.
Após muita pesquisa e recomendações, a Soraia escolheu a CPO para realizar a cirurgia com implante de lente fáquica, uma solução indicada para casos como o dela, onde a cirurgia a laser (LASIK) não era a melhor opção. Durante todo o processo, desde a primeira consulta até ao pós-operatório, sentiu-se acompanhada e segura, pelo cuidado e atenção da equipa. A cirurgia foi um sucesso e, em apenas uma semana, já conseguia ver a 100%, descrevendo a sensação como "fabulosa".
A Soraia descreve que, atualmente, sente-se mais feliz, livre da necessidade de óculos e lentes, e com uma nova perspetiva sobre a vida. Diz que ganhou tempo, confiança e liberdade para fazer atividades que antes eram um desafio.
Esta história é um reflexo do nosso compromisso em transformar vidas através da inovação e excelência no nosso modelo de medicina personalizada com o paciente no centro da tomada de decisões. ▪▪
A história da CPO é um exemplo inspirador de como a inovação e o compromisso com a excelência podem transformar um setor. Com um serviço personalizado no centro da sua estratégia, a CPO continuará a evoluir, garantindo um futuro promissor para a oftalmologia em Portugal e além-fronteiras. Além disso, a parceria com a Raize evidencia como soluções financeiras alinhadas aos valores B Corp podem impulsionar negócios responsáveis, promovendo um impacto positivo e duradouro na sociedade.
A certificação B Corp é um testemunho do nosso compromisso e da nossa missão, reconhecendo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos para gerar valor tanto na economia como na sociedade portuguesa. Estamos orgulhosos por fazer parte de uma comunidade global de empresas com propósito e estamos empenhados em continuar a melhorar as nossas práticas, ampliando o nosso impacto positivo enquanto construímos uma verdadeira alternativa ao financiamento das PME portuguesas.
Equipa Raize
www.raize.pt
Sobre o Mês B Corp
O Mês B Corp é uma campanha anual global que, durante o mês de março, reúne a comunidade de Empresas B Certificadas para celebrar o significado e a importância de ser uma B Corp.
Os principais objetivos desta campanha passam por sensibilizar para o movimento B Corp e o impacto positivo que estas empresas geram, envolver consumidores, parceiros e outras organizações em torno de práticas empresariais mais responsáveis e inspirar outras empresas a juntarem-se ao movimento, provando que é possível equilibrar lucro com propósito.
Este ano, mais de 9.500 B Corps, espalhadas por 105 países e 160 indústrias, juntam-se à campanha para mostrar ao mundo como estão a liderar uma transformação positiva nos negócios e a contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável.
Mais informações: bcorpmonth.com
Sobre a Raize
A Raize é uma Fintech portuguesa de financiamento da economia. Através da sua plataforma tecnológica de financiamento colaborativo viabiliza o investimento em diversas soluções financeiras destinadas a empresas.
A RAIZE – Instituição de Pagamentos, S.A. é uma instituição de pagamento regulada pelo Banco de Portugal, a Raizecrowd – Serviços de Informação e Tecnologia, Lda é uma entidade gestora de financiamento colaborativo regulada pela CMVM e a Insuraize, Sociedade Unipessoal, Lda, é um agente de seguros autorizado pela ASF.