Brexit: quais as principais implicações para as PME portuguesas?

Com a saída do Reino Unido da UE são de esperar impactos para as PME portuguesas, em especial nas áreas da exportação de bens e do turismo. Oportunidades também poderão existir.

O referendo do passado dia 23 de Junho decidiu, de forma dramatica, a saída do Reino Unido da União Europeia. Embora os contornos do "divórcio" ainda não sejam conhecidos, já é possível antecipar algumas tendências que mais poderão afetar as PMEs portuguesas.

Neste artigo analisamos os 3 principais impactos económicos que consideramos mais relevantes para as PMEs portuguesas no curto/médio-prazo:

Substituição dos fornecedores do Reino Unido, em particular os mais caros: A desvalorização cambial da Libra vai reduzir generalizadamente o poder de compra do comprador britânico. Esta redução vai levar a uma provável substituição dos fornecedores de bens e serviços que possuam estruturas de produção mais caras.

Dada a natureza específica dos bens e serviços vendidos pelas PMEs portuguesas no Reino Unido - alguns serão relativamente baratos outros relativamente caros - as implicações desta tendência de substituição só serão conhecidas daqui a uns meses. Sabe-se apenas que em 2015, as exportações portuguesas de bens e serviços para o Reino Unido ultrapassaram os 7 mil milhões de euros, tornando o mercado no 4º mais relevante para Portugal.

Redução do fluxo de turismo oriundo do Reino Unido: Segundo dados do INE, mais de 20% dos turistas em Portugal são oriundos do Reino Unido. Apesar do aumento de procura nos últimos anos devido à crescente instabilidade vivida nos países do Norte Africa e Mediterrâneo, a expectável quebra do poder de compra dos britânicos vai encarecer as suas viagens e estadias em Portugal. Este efeito terá um impacto negativo sobretudo nos setores ligados ao turismo e à restauração, e em particular nas regiões de Lisboa, Algarve e Madeira.

Deslocalização de pessoas, empresas e centros de decisão: Várias são as empresas e StartUps, que neste momento de incerteza ponderam suspender os seus investimentos no Reino Unido e deslocalizar os seus recursos humanos e operações para outros países da Europa. Esta vaga de mudança pode ajudar a atrair novas empresas e investimentos para Portugal. O Reino Unido é também o país que atualmente mais recebe emigrantes portugueses. Com a expetativa de restrições à entrada de novos emigrantes no Reino Unido (fim da livre circulação), vão existir menos incentivos à saída pessoas de Portugal.

alt
Por estes dias, correm na capital Britânica várias iniciativas para atrair empresas a deslocalizar."

Além dos impactos económicos esperados, o referendo desencadeou ainda um conjunto de discussões políticas a nível nacional e europeu que poderão ter implicações para Portugal no futuro.

À data de publicação deste artigo, a Libra seguia a desvalorizar para os EUR/GBP 1.17, o valor mais baixo desde do final de 2013.


Sobre a Raize

A Raize é a primeira Bolsa de Empréstimos em Portugal, disponibilizando uma alternativa de financiamento de baixo custo para micro e pequenas empresas. Através da bolsa de empréstimos, as pessoas emprestam diretamente às empresas, em condições mais favoráveis para ambas as partes.

Para os investidores, a Raize é uma alternativa que permite investir a partir de 20 euros e obter retornos acima de 6.5% (taxa calculada com base na TANB do universo atual de investidores). Não tem custos para investir e é muito simples de usar. Para as micro e pequenas empresas, que aqui podem pedir empréstimos até 150 mil euros, é uma alternativa à banca.

Em Portugal, a Raize conta com mais de 4,800 investidores e já ajudou a financiar mais de 2 milhões de euros em empréstimos a PMEs.

Emprestar em micro e pequenas empresas é um investimento de risco que pode resultar na perda do seu capital. Esclareça todas as suas dúvidas antes de investir.