3 ideias para melhorarmos a competitividade da economia portuguesa.


Um facto surpreendente...


Portugal é 107º classificado no ranking do acesso ao financiamento por PMEs, de acordo com o Relatório de Competitividade Mundial 2015-2016 publicado pelo Fórum Económico Mundial no passado dia 29 de Setembro.

Os dados são surpreendentes. Portugal é um dos paises no mundo onde é mais dificil às micro e pequenas empresas acederem a financiamento. No indicador de acesso ao financiamento por PMEs, Portugal fica atrás de países como o Butão, o Uganda, o Laos e o Mali. Juntamente com o nosso contexto macro económico, o acesso ao financiamento por PMEs é o fator que mais prejudica o ranking global de Portugal (38º nesta última edição).


Posição de Portugal em cada indicador do Ranking Global. Fonte: Relatório de Competitividade Mundial, 2015-2016

"O acesso ao financiamento por PMEs é o fator que mais prejudica o ranking global de Portugal (...) Portugal fica atrás de países como o Butão, o Uganda, o Laos e o Mali."


3 ideias para melhorarmos a nossa competitividade...


1. Promover o investimento privado em PMEs através da introdução de mecanismos de co-financiamento direto.

À semelhança do que já foi feito no Reino Unido e em outros países europeus, as autoridades portuguesas podem promover o financiamento direto da economia através de investidores privados. Um caso interessante é o do governo britânico que lançou um programa de co-financiamento através de bolsas de empréstimos. Este programa traduziu-se em €880 milhões em empréstimos a PMEs, dos quais apenas €106 milhões foram emprestados diretamente por entidades estatais. A taxa de envolvimento de recursos públicos foi de apenas ~12%, um valor muito baixo face ao habitual neste tipo de programas.


Valores em milhões de euros. O Banco de Fomento inglês já investiu mais de €100 milhões em programas de co-financiamento com bolsas de empréstimo, com o objetivo de apoiar o financiamento de micro e pequenas empresas. Fonte: www.gov.co.uk


2. Promover melhorias nas práticas de reporte contabilístico das micro e pequenas empresas.

No mundo do financiamento, melhor informação significa quase sempre melhor acesso a financiamento. Mas em muitos casos, verificamos que as empresas apenas atualizam a sua informação contabilística uma vez por ano e muitas vezes com falhas. Estas práticas de reporte contabilístico são insuficientes para assegurar uma gestão eficaz do financiamento. Não ter informação contabilística disponível pode inviabilizar por completo o acesso atempado ao financiamento por uma empresa (e em particular uma empresa de menor dimensão).


3. Facilitar o investimento de portugueses “não residentes” simplificando o seu regime fiscal.

A nossa premissa é de que existem milhares de emigrantes portugueses que gostariam de contribuir mais ativamente para o desenvolvimento do país. Muitos, apesar de já não viverem no país, continuam a manter uma relação muito próxima com a família, os amigos e os clubes de futebol. Quando questionados sobre eventuais investimentos em Portugal, acusam a complexidade e o desconhecimento do nosso sistema fiscal ("onde declaro os meus rendimentos?", "a quem tenho de pagar impostos?"). O problema não é exclusivo de Portugal – os regimes fiscais dos emigrantes europeus são uma das reconhecidas “áreas cinzentas” da atuação fiscal da União Europeia. No caso português, temos todo o interesse em procurar uma solução rápida e eficaz para estes potenciais investidores.


Sobre a Raize

A Raize é a primeira bolsa de empréstimos em Portugal, oferecendo uma alternativa de financiamento de baixo custo para micro e pequenas empresas com pelo menos 2 anos de atividade e uma situação financeira e tributária regular. Através da plataforma www.raize.pt, as pessoas emprestam diretamente a empresas, em condições mais favoráveis para ambas as partes.

Para os pequenos investidores, é uma alternativa que permite investir a partir de 20 euros e obter retornos acima de 6.1% (taxa calculada com base na TANB do universo atual de investidores). Não tem custos para investir e é muito simples de usar. Para as micro e pequenas empresas, que aqui podem pedir empréstimos até 150 mil euros, é uma alternativa à banca, mais rápida e mais barata.