20 milhões de euros para financiar e apoiar micro e pequenas empresas portuguesas.

A Raize é uma das fontes de financiamento para PMEs em maior crescimento e quer financiar em 2017 mais de 20 milhões às empresas portuguesas.

2 de Fevereiro de 2015. Nasce nesta data a primeira bolsa de empréstimos para micro e pequenas empresas em Portugal. Passados quase 2 anos e com o contributo de mais de 7 mil investidores e empresas, a plataforma Raize é hoje uma das fontes de financiamento para empresas em maior crescimento. Só em 2017, a Raize quer financiar mais de 20 milhões de euros a micro e pequenas empresas portuguesas.

Nesta entrevista aos fundadores da Raize, falamos da evolução da empresa ao longo destes últimos 2 anos e das perspetivas para o futuro.


Fundadores da Raize: José Maria Rego, Afonso Eça e António Marques.

Sucintamente, como funciona a bolsa de empréstimos Raize?

A Raize é um mercado onde micro e pequenas portuguesas podem obter financiamento para as suas atividades, diretamente de investidores nacionais. Os empréstimos obtidos através da plataforma são de taxa fixa, reembolsáveis mensalmente, tipicamente durante um período de 12 a 36 meses. A taxa de juro média varia consoante o risco da empresa, e pode ir dos 3-4% até aos 9-10%.

Em termos regulatórios, toda a atividade de gestão das transferências e recebimentos dos investidores e empresas é assegurada por uma instituição de pagamentos, regulada e supervisionada pelo Banco de Portugal.

Quais os principais objetivos para 2017?

O ano de 2017 promete ser mais um bom ano para a economia portuguesa com perspetivas de crescimento e de investimento. Queremos chegar ao maior número de empresas e investidores em todo o país. Há muita gente que ainda não conhece a Raize e queremos mudar isso! Em termos de financiamento, queremos ajudar a investir mais de 20 milhões de euros em novos empréstimos para as boas micro e pequenas empresas nacionais.

"Em 2017 queremos ajudar a investir mais de 20 milhões de euros em novos empréstimos para as boas micro e pequenas empresas nacionais."

O que acham que vai acontecer à banca no futuro? Em que medida o vosso modelo pode ser um exemplo ou uma alternativa para o futuro?

Ainda é difícil prever como vai evoluir o sistema bancário nos próximos 5 a 10 anos. Todos os dias surgem novas tecnologias, novas práticas e novas regras que podem fazer mexer o mercado. Mas parece-nos óbvio que o modelo do financiamento à economia terá de ser revisto, em particular nas economias europeias fortemente dependentes dos bancos.

Mais transparência nas decisões de investimento…

Os bancos têm criado alguns problemas às economias, como os colapsos recentes (e não tão recentes) já demonstraram. Os bancos são um tipo de entidade que, tendo as suas virtudes, têm também vários problemas. Um exemplo desses problemas é a falta de transparência na aprovação e execução de operações de elevado impacto.

Alguém sabia que se estavam a fazer empréstimos para a compra de ações de empresas, dando como garantia essas mesmas ações? Alguém sabia que se estavam a fazer empréstimos de milhões de euros a uma única empresa e com poucas ou nenhumas garantias (e muitas vezes com taxas de juro reduzidas)?

Todas estas operações resultaram em perdas de milhões de euros para os bancos e para os contribuintes, que acabaram a proteger os respetivos credores e depositantes. Num modelo funcional, informação como esta não pode ser desconhecida dos agentes interessados e deve ser disponibilizada livremente aos investidores e depositantes dos bancos.

Mais diversificação no financiamento à economia…

Achamos também que o financiamento à economia vai ser feito no futuro por um conjunto alargado de agentes, incluindo bancos e plataformas como a Raize. No Reino Unido, por exemplo, o financiamento a PMEs por plataformas como a Raize já representava 14% dos novos empréstimos em 2015. O modelo no Reino Unido conta com apoio direto do Governo e do Banco de Fomento britânicos, através de investimento direto em PMEs e incentivos fiscais ao investidor.

Mais segurança para os depositantes…

O modelo bancário do futuro também terá de permitir às pessoas guardarem o seu dinheiro sem risco - ainda que sem qualquer tipo de remuneração. Não apenas os montantes abaixo de 100 mil euros (que já beneficiam de uma garantia explícita dos contribuintes) mas também os montantes acima. Isto leva-nos a crer que vão surgir no futuro mais “bancos sem crédito”, também conhecidos como “bancos cofre”. Isto é, bancos que não emprestam, não correm riscos de investimento e apenas guardam o dinheiro das pessoas (e já existem alguns exemplos no mercado português).


Sobre a Raize

A Raize é a primeira bolsa de empréstimos em Portugal, oferecendo uma alternativa de financiamento de baixo custo para micro e pequenas empresas com pelo menos 2 anos de atividade e uma situação financeira e tributária saudável.

Em Portugal, a Raize conta com mais de 7 mil investidores e em 2017 quer investir mais de 20 milhões de euros nas micro e pequenas empresas.

Em 2015, a Raize foi eleita "StartUp do ano" na Economia Digital e considerada uma das 3 empresas mais inovadoras de Portugal.

Todas as operações de pagamentos, transferência e receção de fundos e cobranças são asseguradas pela Raize Serviços de Gestão, S.A., uma instituição de pagamentos autorizada e supervisionada pelo Banco de Portugal com o nº 8711.

Emprestar a micro e pequenas empresas é um investimento de risco que pode resultar na perda do seu capital. Esclareça todas as suas dúvidas antes de investir.